com a palavra

Vereadora de Santiago fala sobre política e militância da causa animal

Janaína Wille


Foto: Arquivo Pessoal

Vereadora e militante das causas animais, Eva Maristane Rodrigues Müller, 53 anos, é natural de Santiago. Formada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em 1992, dedicou grande parte dos mais de mais de 20 anos de profissão para ajudar animais de rua.

Atualmente, trabalha na Secretaria Municipal de Saúde de Santiago e desenvolve atividades na Vigilância Ambiental e no Canil Municipal. Foi eleita vereadora pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 2016, com 620 votos, em Santiago.

Filha de pai ferroviário e mãe dona de casa, ambos já falecidos, tem nove irmãos. É casada com o professor Ronaldo Gomes e mãe do Lucas, acadêmico de Engenharia Acústica na UFSM. Nesta entrevista, Eva conta como concilia o tempo entre a família, a política e a medicina veterinária.

Diário_ Você sempre morou em Santiago? Como foi a sua infância e o crescimento na cidade? 
Eva_ Nasci na localidade de Cândida Vargas, em Santiago, ao longo da ferrovia. Morei lá até os 6 anos de idade, depois viemos morar no Bairro Itú, também em Santiago. onde minha família já tinha casa. Tivemos uma infância muito tranquila. Apesar da família grande, meu pai sempre incentivou que estudássemos, pois segundo ele seria a única herança que deixaria para nós. E eu concordo muito com ele. Aos 14 anos, fui para Santa Maria, e, depois que conclui a universidade, foi para a região das Missões. Mas continuei ligada aos amigos e à cidade de Santiago, tanto que, quando teve concurso para médico veterinário aqui em Santiago eu decidi fazer e fui aprovada em primeiro lugar. 


Foto: Arquivo Pessoal
Comemoração em família. Os tios Luiz Carlos (a partir da esq.)e Marly, Ronaldo, 

Diário_ Como foi o período em que foi para as Missões e ficou longe da família? 
Eva_ Após a formatura, fui trabalhar numa cooperativa de pequenos produtores na Linha Santa Catarina, em Salvador das Missões, onde atendia direto nas granjas de suinocultores e pequenas propriedades. Foi uma experiência maravilhosa de trabalho, bem diferente do que faço atualmente, cuidando dos animais de rua. Trabalhei também na prefeitura de Cerro Largo. 

Diário_ Você é uma pessoa muito ligada às causas animais. Como você começou a se envolver com essas atividades? 
Eva_ Desde criança, eu sempre gostei de animais em geral, por isso a opção pela profissão de veterinária. Nós recolhíamos animais abandonados e trazíamos para casa. Durante a faculdade, tínhamos um grupo que gostava de recolher animais abandonados e conseguir a adoção. Mas meu envolvimento efetivo com a causa animal aconteceu há 15 anos, quando comecei a atender animais abandonados, animais de pessoas com pouca condição de pagar o atendimento e foi quando conheci o grupo da Associação de Conservação e Proteção dos Animais (ACPA). Me engajei nessa causa e passei a trabalhar pelos animais em geral, inclusive os animais silvestres que encontram machucados. No Canil Municipal, desenvolvo minhas atividades na maior parte do dia, cuidando de animais abandonados, tentando a reabilitação e posterior doação dos mesmos. Também fazemos atividades de conscientização nas escolas e organizamos feiras de adoção.  


Foto: Arquivo Pessoal
Em Santiago, onde Eva realiza atividades educativas com crianças

Diário_ Como surgiu o interesse pela política? 
Eva_ Na verdade, considero que sempre fiz política sem ter ligação com nenhum partido político. Presidi por duas gestões o Conselho Municipal de Saúde e Conselho Regional de Saúde, bem como participei do sindicato dos Servidores Públicos Municipais, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da prefeitura e associação de moradores do nosso bairro. Em 2016, veio o convite do MDB para filiação. Já tinha recebido vários convites para concorrer, mas, nesse ano, após conversar com minha família e minhas amigas resolvi concorrer e tive êxito, fui eleita como vereadora com 620 votos. 

Diário_ Quais as principais dificuldades que você encontrou na política até agora? 
Eva_ A principal dificuldade é o período turbulento na política atual, pois é uma área muito boa, mas políticos desonestos e corruptos acabam dando a ideia de que todos os políticos são iguais. E é aí que, com trabalho sério, vamos tentando lançar ideias e projetos para melhorar a vida da comunidade. E, por ser um partido de oposição, nossas ideias nem sempre são bem vindas. Mas, nesse pouco tempo de mandato, considero que minha principal demanda foi ter conseguido recursos para equipar um veículo doado pelo Exército Brasileiro para montar um castramóvel que será usado nos bairros da cidade para atender animais de famílias em situação de vulnerabilidade social. 

Diário_ Como a senhora faz para conciliar todo o trabalho na política e voluntariado com a atenção à família?  
Eva_ Não é difícil. Tenho uma família que entende e aceita minha paixão pelo trabalho voluntário com animais. Meu marido e meu filho me apoiam e ajudam na medida do possível. Tem também uma pessoa, a Lisa, que trabalha na minha casa há 22 anos e me ajuda a dar conta da rotina. 


Foto: Arquivo Pessoal
É com o marido Ronaldo e o filho Lucas que ela divide os grandes momentos

Diário_ Para o futuro, quais são os seus principais objetivos na política e no voluntariado? 
Eva_ Na política, continuarei mesmo se não tiver mandato. Isso depende não só de mim, porque também é uma decisão partidária. Pretendo apresentar nos próximos dias alguns projetos ligados a causa animal, principalmente sobre posse responsável. O voluntariado é uma opção de vida e continuarei fazendo enquanto tiver saúde. Inclusive, adquiri uma Kombi, o que facilita nossas atividades de resgate e tratamento de animais quando não estou no expediente da prefeitura. Continuarei meu trabalho com ética e responsabilidade o que considero indispensável na política. 

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